Noticiada pelo diário hebraico “Yedioth Ahronoth”, o fanatismo de judeus ultra-ortodoxos, “que para salvaguardar a castidade, colocam a lei de Deus acima do estado de direito”. Nas últimas semanas, “patrulhas da modéstia” – semelhantes à “polícia de prevenção do vício e promoção da virtude” em países islâmicos – foram acusadas de assaltar casas para agredir mulheres por “usarem blusas vermelhas” ou “conviver com homens”. Também atearam fogo a armazéns que vendem aparelhos de acesso à Internet e leitores de MP4, “para evitar que os devotos façam ‘download’ de filmes pornográficos”.
A romancista, dramaturga e jornalista israelo-americana Naomi Ragen, uma judia praticante que tem abordado o mundo problemático das mulheres “haredim” (literalmente, tementes a Deus), lamenta o aparecimento destes “vigilantes com olhos e ouvidos em toda a parte, muito parecido com o que se passa no Irão”.
Isto agrava o antagonismo entre a comunidade ultra-ortodoxa (600 mil almas) e a maioria secular de Israel. O “Yedioth” nota que, embora muitos judeus ultra-ortodoxos se declarem escandalizados com a violência, os extremistas sentem-se protegidos por rabis, que aprovam estas acções para assegurar a reputação de guardiões da fé.
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