Entre as muitas restrições a que estão sujeitas as mulheres na Arábia Saudita poderá juntar-se mais uma: quando saírem à rua, se não usarem um lenço que lhes oculte todo o rosto, só poderão mostrar um olho. É o que determina uma “fatwa” (édito religioso) proposta pelo xeque ultraconservador Muhammad al-Habadan, defensor de “um reforço das regras da modéstia”.
Para o xeque, que respondia a dúvidas de ouvintes no canal de TV por satélite al-Majd, “a revelação dos dois olhos encoraja as mulheres a usar maquilhagem [que é proibida] e atrai demasiada atenção, o que é um comportamento corrupto, em conflito com os princípios islâmicos.”
Como fazer então a vida diária apenas com visão parcial? Explica o xeque, muito popular entre os crentes masculinos: “Quando forem às compras, as mulheres poderão retirar totalmente o pedaço de tecido que tapa um dos olhos para poderem usar os dois... num limitado período de tempo.”
As novas directrizes, aparentemente, ainda não em vigor no reino onde nasceu Osama bin Laden e onde impera a rígida doutrina islâmica do wahabismo, confirmam as conclusões do último relatório das Nações Unidas sobre a condição feminina nas sociedades muçulmanas nos últimos cinco anos: a Arábia Saudita é o país onde as mulheres têm menos direitos – nem sequer o de usar saltos altos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário