A Bolsa de Nova Iorque registou hoje uma queda histórica na sequência da rejeição do plano Paulson de salvamento do sector bancário pela Câmara dos Representantes. O Dow Jones perdeu 6,98 por cento, ou seja, uma marca nunca vista que se aproxima dos 800 pontos e o Nasdaq 9,14 por cento.
O Dow Jones Industrial Average mergulhou 777,68 pontos para 10.365,45 pontos, ultrapassando, assim, a maior queda da sua história que se fixou em 684,81 pontos, o que aconteceu a 17 de Setembro de 2001, dia de retoma das trocas após os atentados terroristas de 11 de Setembro.
O índice Nasdaq, ligado à tecnologia, perdeu 199,61 pontos (9,14 por cento) para 1983,73 pontos e o índice alargado Standard & Poor´s 500 perdeu 106,85 pontos (8,81 por cento) para 1106,55 pontos.
Já deprimida no início da sessão, a Bolsa de Wall Street derrapou depois da rejeição inesperada do plano de salvamento dos bancos, que deveria dar alguma estabilidade aos mercados que estão a ultrapassar uma fase especialmente agitada. Com 228 votos contra e 205 a favor, os Representantes recusaram os pedidos do secretário do Tesouro, Henry Paulson. Quase dois em cada três republicanos rejeitaram o seu plano que, nos últimos dias, tem sido divulgado como essencial para a retoma financeira. in Publico, 30-09-08
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Consequências da financeirização do capitalismo
A expressão «financeirização» foi agora adoptada pelos meios respeitáveis da finança internacional. Até há pouco tempo era usada apenas por economistas políticos críticos para assinalar a hegemonia da finança especulativa sobre os processos produtivos. A realidade acaba sempre por ter muita força.
A desigualdade de rendimentos nos EUA atingiu o seu valor mais elevado desde aquele ano fatídico: 1929.
Teme-se a corrosão da legitimidade política deste modelo agora que o processo económico que assegurou o seu sucesso político, apesar de mais de duas décadas de «estagnação dos rendimentos das pessoas comuns», está a quebrar: o sobrendividamento, sustentado pela valorização dos activos imobiliários, já não consegue impulsionar um sistema que dependeu dele para mascarar uma performance económica sobreavaliada por tantos. O castelo de cartas da dívida, construído pelos processos de 'inovação financeira', está em colapso e interage perversamente com a forte quebra do preço da habitação. Tudo isto num contexto em que não existe «correlação entre a performance das empresas e os altos salários do topo». Como se isto não fosse suficiente, até se reconhece que as políticas de desregulamentação e de regressividade fiscal terão dado um contributo para a actual situação de desequilíbrio socioeconómico. «O mundo dos negócios tem outra vez um problema de legitimidade». Esperemos bem que sim. Isto depende muito da força do contra-movimento intelectual e político nos EUA e no resto do mundo.
O gráfico mostra a evolução do peso dos lucros da finança nos lucros totais.
Texto apoiado do blog ladroesdebicicletas e de um artigo no financial times.
A desigualdade de rendimentos nos EUA atingiu o seu valor mais elevado desde aquele ano fatídico: 1929.
Teme-se a corrosão da legitimidade política deste modelo agora que o processo económico que assegurou o seu sucesso político, apesar de mais de duas décadas de «estagnação dos rendimentos das pessoas comuns», está a quebrar: o sobrendividamento, sustentado pela valorização dos activos imobiliários, já não consegue impulsionar um sistema que dependeu dele para mascarar uma performance económica sobreavaliada por tantos. O castelo de cartas da dívida, construído pelos processos de 'inovação financeira', está em colapso e interage perversamente com a forte quebra do preço da habitação. Tudo isto num contexto em que não existe «correlação entre a performance das empresas e os altos salários do topo». Como se isto não fosse suficiente, até se reconhece que as políticas de desregulamentação e de regressividade fiscal terão dado um contributo para a actual situação de desequilíbrio socioeconómico. «O mundo dos negócios tem outra vez um problema de legitimidade». Esperemos bem que sim. Isto depende muito da força do contra-movimento intelectual e político nos EUA e no resto do mundo.
O gráfico mostra a evolução do peso dos lucros da finança nos lucros totais.
Texto apoiado do blog ladroesdebicicletas e de um artigo no financial times.
Portugal a dormir...
Portugal "acordou tarde" para o problema das alterações climáticas e, se não reduzir drasticamente as emissões de carbono até 2012, vai ter de comprar licenças de emissão com custos significativos para o país. Portugal já ultrapassou em 10 por cento o aumento de emissões que lhe era permitido, de acordo com as metas fixadas.
Este excesso de emissões têm origem sobretudo nas insuficientes medidas tomadas na área dos transportes já que as autoridades metropolitanas de transporte não estão a funcionar, sendo essenciais para a coordenação e interligação do transporte colectivo ao nível municipal central e dos municípios periféricos.
Outro dos problemas é o do envelhecimento das frotas das empresas no transporte de mercadorias. Este país é extremamente dependente do uso do transporte rodoviário de mercadorias.
Este excesso de emissões têm origem sobretudo nas insuficientes medidas tomadas na área dos transportes já que as autoridades metropolitanas de transporte não estão a funcionar, sendo essenciais para a coordenação e interligação do transporte colectivo ao nível municipal central e dos municípios periféricos.
Outro dos problemas é o do envelhecimento das frotas das empresas no transporte de mercadorias. Este país é extremamente dependente do uso do transporte rodoviário de mercadorias.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Os gordos da cartola aprendem uma lição
"A Câmara dos Representantes chumbou o plano de ajuda ao sector bancário norte-americano, por 228 votos contra e apenas 205 a favor. A maior oposição surgiu da bancada republicana, onde metade dos representantes votou contra a iniciativa da Administração Bush. O resultado fez mergulhar o Dow Jones, principal índice de Wall Street, mais de 400 pontos." in Publico, 29-09
Subscrevo o congressista do Ohio Dennis Kucinich: "Porque é que não considerámos nenhuma outra alternativa além da de dar 700 mil milhões à Wall Street? Porque é que não pedimos à Wall Street para limpar a sua própria porcaria? Porque é que não estamos a aprovar novas leis que acabem com a especulação que desencadeou isto? Porque é que não estamos a erguer novas estruturas de regulação que protejam os investidores? Como é que avaliámos os 700 mil milhões em bens tóxicos? Porque é que não estamos a ajudar directamente os compradores das casas sobrecarregados de dívidas? Porque é que não estamos a ajudar as famílias Americanas que enfrentam a bancarrota. Porque é que não reduzimos a dívida à Rua Direita em vez da de Wall Street? Não é a altura para a mudança fundamental na nossa dívida baseada no sistema monetário, de modo a podermos libertarmos nós próprios da manipulação do Fed e bancos? Isto é o Congresso dos USA ou o Conselho de directores da Goldman Sachs? Wall Street é um sítio de ursos e touros. Não é inteligente forçar os contribuintes a dançarem com ursos ou a andarem atrás de touros."
Mas os tipos da Wall Street não toleram negas, vamos ver o que ainda vai acontecer.....
Subscrevo o congressista do Ohio Dennis Kucinich: "Porque é que não considerámos nenhuma outra alternativa além da de dar 700 mil milhões à Wall Street? Porque é que não pedimos à Wall Street para limpar a sua própria porcaria? Porque é que não estamos a aprovar novas leis que acabem com a especulação que desencadeou isto? Porque é que não estamos a erguer novas estruturas de regulação que protejam os investidores? Como é que avaliámos os 700 mil milhões em bens tóxicos? Porque é que não estamos a ajudar directamente os compradores das casas sobrecarregados de dívidas? Porque é que não estamos a ajudar as famílias Americanas que enfrentam a bancarrota. Porque é que não reduzimos a dívida à Rua Direita em vez da de Wall Street? Não é a altura para a mudança fundamental na nossa dívida baseada no sistema monetário, de modo a podermos libertarmos nós próprios da manipulação do Fed e bancos? Isto é o Congresso dos USA ou o Conselho de directores da Goldman Sachs? Wall Street é um sítio de ursos e touros. Não é inteligente forçar os contribuintes a dançarem com ursos ou a andarem atrás de touros."
Mas os tipos da Wall Street não toleram negas, vamos ver o que ainda vai acontecer.....
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Cavaco andas a "Leste" de Timor
"Portugal e a Austrália poderão trabalhar em conjunto para apoiar o desenvolvimento de Timor-Leste, revelou ontem o Presidente da República, Cavaco Silva, admitindo ainda a hipótese de reuniões com a participação dos três países."
"Felizmente, defende-se o trabalho conjunto dos dois países para ajudar na estabilização política, na segurança, no combate à pobreza e na criação de emprego", precisou o Presidente, acrescentando que se abordou a possibilidade de se fazerem reuniões mais frequentes que incluam os timorenses." in Publico, 24-09
Ah, Austrália.. O império esquecido... Que cambada de incendiários e sanguessugas de mãos cobertas de sangue. A comunidade internacional mais uma vez não reconhece que massacres, milícias, golpes de estado, assassinatos e outras atrocidades, são de facto incentivadas e orquestrados por militares australianos. Em sintonia com os lobbies governamentais e corporativos, ávidos de ganharem mais uns quantos milhões no mar de Timor. E o que o Sr. Cavaco faz? Nada! Nem sequer questiona certas evidências tão óbvias no terreno, apenas para não se involver em nós diplomáticos que possam causar ainda mais instabilidade governamental.
A Austrália paga preço de saldo pela exploração de petróleo no mar de Timor. Já analistas vieram a público informar disso! Pagando metade do que seria expectável. A desculpa da ocupação militar é uma das facturas que eles argumentam. A necessidade deles lá é cuidadosamente mantida por eles mesmos, incentivando caos e a violência. É um bom teatro de guerra para exibirem o seu poderio e manterem as suas tropas em forma.
Casos destes já há muito fazem história e continuam a fazer....
"Felizmente, defende-se o trabalho conjunto dos dois países para ajudar na estabilização política, na segurança, no combate à pobreza e na criação de emprego", precisou o Presidente, acrescentando que se abordou a possibilidade de se fazerem reuniões mais frequentes que incluam os timorenses." in Publico, 24-09
Ah, Austrália.. O império esquecido... Que cambada de incendiários e sanguessugas de mãos cobertas de sangue. A comunidade internacional mais uma vez não reconhece que massacres, milícias, golpes de estado, assassinatos e outras atrocidades, são de facto incentivadas e orquestrados por militares australianos. Em sintonia com os lobbies governamentais e corporativos, ávidos de ganharem mais uns quantos milhões no mar de Timor. E o que o Sr. Cavaco faz? Nada! Nem sequer questiona certas evidências tão óbvias no terreno, apenas para não se involver em nós diplomáticos que possam causar ainda mais instabilidade governamental.
A Austrália paga preço de saldo pela exploração de petróleo no mar de Timor. Já analistas vieram a público informar disso! Pagando metade do que seria expectável. A desculpa da ocupação militar é uma das facturas que eles argumentam. A necessidade deles lá é cuidadosamente mantida por eles mesmos, incentivando caos e a violência. É um bom teatro de guerra para exibirem o seu poderio e manterem as suas tropas em forma.
Casos destes já há muito fazem história e continuam a fazer....
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
O Governo PS ataca a conquista histórica do horário de trabalho.
O Governo PS ataca a conquista histórica do horário de trabalho.
Legaliza práticas ilegais e leva-as mais longe. Sobre a forma de adaptabilidade, banco de horas, horário concentrado, ou outras o que está em causa é quando a empresa quiser por o trabalhador a trabalhar mais 2 ou 4 horas por dia para além das 8 horas diárias, 50 ou 60 horas por semana, sem ter de pagar horas extraordinárias.
O tempo do trabalhador ficaria à disposição do patrão, a compatibilização com a vida pessoal e familiar, designadamente o apoio aos filhos seria gravemente afectada. O Governo sabe quais são as consequências das suas medidas e procura escondê-las com justificativos como se o acompanhamento dos pais aos filhos só se justificasse até ao primeiro ano de vida.
Com as horas extraordinárias que deixariam de ser pagas diminuiriam as remunerações dos trabalhadores, em alguns casos em cem ou mais euros mensais e, as entidades patronais, deixando de ter que pagar de forma acrescida as horas extras, o trabalho no fim de semana e nos feriados seriam estimuladas a recorrer à sobre-utilização dos trabalhadores em detrimento da criação de mais postos de trabalho, contribuindo para aumentar o desemprego.
O Governo PS cria todos os mecanismos para fazer caducar a contratação colectiva e o vasto conjunto de direitos que esta consagra. Ao arrepio da constituição laboral o princípio do tratamento mais favorável é comprometido com a legislação do trabalho, a deixar se ser meio de protecção e a representar um esburacado passador por onde se podem esvair os direitos laborais.
Este código acolhe os mecanismos que dão ao patronato os meios de facilitação dos despedimentos, simplificação do processo, redução do período de contestação para 60 dias, disponibilidade do Estado para pagar custos que caberiam ao patronato, incentivando-o ao despedimento fácil, rápido e barato.
O Governo que chora lágrimas de crocodilo a propósito da precariedade, na prática legaliza-a e generaliza-a e abre uma área de negócio para as grandes empresas à custa dos dinheiros da segurança social. Introduz novas figuras de contrato precário como o contrato de trabalho intermitente e alargando o período experimental de 90 para 180 dias dá um instrumento ainda mais apetecível para incrementar a precariedade.
Favorece o poder patronal, assume uma posição anti-sindical, afectando a organização e a acção sindical, com aspectos onde se incluem o condicionamento dos tempos sindicais e esse retrocesso que significa acabar com a obrigatoriedade da entidade patronal fazer o desconto automático da quotização sindical do trabalhador quando este o desejar.
Legaliza práticas ilegais e leva-as mais longe. Sobre a forma de adaptabilidade, banco de horas, horário concentrado, ou outras o que está em causa é quando a empresa quiser por o trabalhador a trabalhar mais 2 ou 4 horas por dia para além das 8 horas diárias, 50 ou 60 horas por semana, sem ter de pagar horas extraordinárias.
O tempo do trabalhador ficaria à disposição do patrão, a compatibilização com a vida pessoal e familiar, designadamente o apoio aos filhos seria gravemente afectada. O Governo sabe quais são as consequências das suas medidas e procura escondê-las com justificativos como se o acompanhamento dos pais aos filhos só se justificasse até ao primeiro ano de vida.
Com as horas extraordinárias que deixariam de ser pagas diminuiriam as remunerações dos trabalhadores, em alguns casos em cem ou mais euros mensais e, as entidades patronais, deixando de ter que pagar de forma acrescida as horas extras, o trabalho no fim de semana e nos feriados seriam estimuladas a recorrer à sobre-utilização dos trabalhadores em detrimento da criação de mais postos de trabalho, contribuindo para aumentar o desemprego.
O Governo PS cria todos os mecanismos para fazer caducar a contratação colectiva e o vasto conjunto de direitos que esta consagra. Ao arrepio da constituição laboral o princípio do tratamento mais favorável é comprometido com a legislação do trabalho, a deixar se ser meio de protecção e a representar um esburacado passador por onde se podem esvair os direitos laborais.
Este código acolhe os mecanismos que dão ao patronato os meios de facilitação dos despedimentos, simplificação do processo, redução do período de contestação para 60 dias, disponibilidade do Estado para pagar custos que caberiam ao patronato, incentivando-o ao despedimento fácil, rápido e barato.
O Governo que chora lágrimas de crocodilo a propósito da precariedade, na prática legaliza-a e generaliza-a e abre uma área de negócio para as grandes empresas à custa dos dinheiros da segurança social. Introduz novas figuras de contrato precário como o contrato de trabalho intermitente e alargando o período experimental de 90 para 180 dias dá um instrumento ainda mais apetecível para incrementar a precariedade.
Favorece o poder patronal, assume uma posição anti-sindical, afectando a organização e a acção sindical, com aspectos onde se incluem o condicionamento dos tempos sindicais e esse retrocesso que significa acabar com a obrigatoriedade da entidade patronal fazer o desconto automático da quotização sindical do trabalhador quando este o desejar.
O Erro de "Vieira"
O Código de trabalho foi o pretexto para reduzir drasticamente os direitos e o nível de vida dos trabalhadores.
Este Código de Trabalho tem como ponto de partida um erro crasso: pretende fazer passar como modelo a precarização laboral, e de que, seguindo este modelo, Portugal aumentará a sua competividade e produtividade.
Isto constitui, à partida, um grosseiro e propositado desconhecimento das estatísticas europeias, nas quais os trabalhadores portugueses figuram como os que trabalham mais horas por semana que a média dos trabalhadores europeus.
O que este governo fingiu não saber é que a produtividade está directamente relacionada com a qualificação profissional e com as estratégias de mercado seguidas pelas empresas.
Imensos especialistas pronunciam-se dizendo que a "culpa" da baixa produtividade não pode ser assacada somente aos trabalhadores, não são eles que decidem as politicas macro-económicas e de valorização do capital humano, nem as estratégias empresariais e apostas de mercado, e nem tampouco definem os modelos de organização do trabalho no seio da empresa.
O aumento da produtividade das empresas não depende fundamentalmente e, muito menos, exclusivamente, dos trabalhadores ou das leis laborais.
A produtividade e a competitividade das empresas portuguesas estão hoje assentes na mais elevada precariedade laboral da U.E., na flexibilidade do chamado mercado de trabalho e nos baixos salários praticados em Portugal.
Este Código de Trabalho tem como ponto de partida um erro crasso: pretende fazer passar como modelo a precarização laboral, e de que, seguindo este modelo, Portugal aumentará a sua competividade e produtividade.
Isto constitui, à partida, um grosseiro e propositado desconhecimento das estatísticas europeias, nas quais os trabalhadores portugueses figuram como os que trabalham mais horas por semana que a média dos trabalhadores europeus.
O que este governo fingiu não saber é que a produtividade está directamente relacionada com a qualificação profissional e com as estratégias de mercado seguidas pelas empresas.
Imensos especialistas pronunciam-se dizendo que a "culpa" da baixa produtividade não pode ser assacada somente aos trabalhadores, não são eles que decidem as politicas macro-económicas e de valorização do capital humano, nem as estratégias empresariais e apostas de mercado, e nem tampouco definem os modelos de organização do trabalho no seio da empresa.
O aumento da produtividade das empresas não depende fundamentalmente e, muito menos, exclusivamente, dos trabalhadores ou das leis laborais.
A produtividade e a competitividade das empresas portuguesas estão hoje assentes na mais elevada precariedade laboral da U.E., na flexibilidade do chamado mercado de trabalho e nos baixos salários praticados em Portugal.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Bonus para os "Profetas " e "Gurus"
A maioria dos líderes das empresas que entraram ou estão em vias de entrar em colapso financeiro nos Estados Unidos recebeu bónus significativos pelos objectivos cumpridos no ano passado.
O primeiro lugar no pódio das compensações cabe a John Thain, presidente executivo da Merril Lynch, que no ano passado arrecadou 10,6 milhões de euros em prémios de desempenho após um mês ao serviço. Valor que ficou acordado antes de assumir a presidência executiva da empresa, em Dezembro passado.
O gestor de 53 anos, que viu a corretora passar para as mãos do (BoA) dez meses após ter assumido o cargo, ocupa a 113ª posição na lista de CEO mais bem pagos, publicada pela revista "Forbes".
O Lehman Brothers (LB), protagonista da maior falência de sempre nos EUA, pagou três milhões de euros em bónus ao CEO Richard Fuld, no exercício fiscal do ano passado.
O gestor de 62 anos recebeu menos do que em 2006 (4,4 milhões de euros). Ainda assim, e não obstante o LB ter vindo a acumular dívidas que chegaram aos 452 mil milhões de euros, manteve o benefício.
Também a AIG, seguradora para a qual se viram agora as atenções, decidiu premiar o seu presidente executivo, Martin Sullivan, com 2,7 milhões de euros, embora tenha registado prejuízos de 5,3 mil milhões de euros no último trimestre de 2007. Sullivan foi substituído por Robert Willumstad em Junho, mês em que a empresa apresentou os piores resultados dos últimos 89 anos. O despedimento rendeu-lhe mais 33,2 milhões de euros (10,6 milhões de indemnização, 2,8 milhões de bónus pelos seis meses de trabalho e 19,8 milhões em acções).
Os gestores da Fannie Mae e da Freddie Mac, Daniel Mudd e Richard Syron, receberam compensações de 1,6 e 1,5 milhões de euros, respectivamente. Isto nove meses antes de o Governo norte-americano ter decidido nacionalizar os dois gigantes do crédito hipotecário para os salvar do colapso financeiro.
No rol de empresas que protagonizam a recessão nos EUA, há uma excepção à regra: chama-se Kerry Killinger e foi CEO do Washington Mutual até ao início deste mês. Nem o facto de ter recusado o bónus que lhe cabia em 2007 evitou que se tornasse em mais uma vítima da crise do "subprime".
O primeiro lugar no pódio das compensações cabe a John Thain, presidente executivo da Merril Lynch, que no ano passado arrecadou 10,6 milhões de euros em prémios de desempenho após um mês ao serviço. Valor que ficou acordado antes de assumir a presidência executiva da empresa, em Dezembro passado.
O gestor de 53 anos, que viu a corretora passar para as mãos do (BoA) dez meses após ter assumido o cargo, ocupa a 113ª posição na lista de CEO mais bem pagos, publicada pela revista "Forbes".
O Lehman Brothers (LB), protagonista da maior falência de sempre nos EUA, pagou três milhões de euros em bónus ao CEO Richard Fuld, no exercício fiscal do ano passado.
O gestor de 62 anos recebeu menos do que em 2006 (4,4 milhões de euros). Ainda assim, e não obstante o LB ter vindo a acumular dívidas que chegaram aos 452 mil milhões de euros, manteve o benefício.
Também a AIG, seguradora para a qual se viram agora as atenções, decidiu premiar o seu presidente executivo, Martin Sullivan, com 2,7 milhões de euros, embora tenha registado prejuízos de 5,3 mil milhões de euros no último trimestre de 2007. Sullivan foi substituído por Robert Willumstad em Junho, mês em que a empresa apresentou os piores resultados dos últimos 89 anos. O despedimento rendeu-lhe mais 33,2 milhões de euros (10,6 milhões de indemnização, 2,8 milhões de bónus pelos seis meses de trabalho e 19,8 milhões em acções).
Os gestores da Fannie Mae e da Freddie Mac, Daniel Mudd e Richard Syron, receberam compensações de 1,6 e 1,5 milhões de euros, respectivamente. Isto nove meses antes de o Governo norte-americano ter decidido nacionalizar os dois gigantes do crédito hipotecário para os salvar do colapso financeiro.
No rol de empresas que protagonizam a recessão nos EUA, há uma excepção à regra: chama-se Kerry Killinger e foi CEO do Washington Mutual até ao início deste mês. Nem o facto de ter recusado o bónus que lhe cabia em 2007 evitou que se tornasse em mais uma vítima da crise do "subprime".
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
O dedo imperialista ataca novamente.
Ocorreu uma batalha decisiva não somente para a Bolívia, mas para toda a América Latina.
Uma vitória do governo Evo Morales e a derrota dos governadores opositores de La Paz, Cochabamba e Pando significaria o começo de uma ofensiva para desarticular a oligarquia boliviana. A direita tratou de criar um clima de polarização para evitar uma consulta na qual tem todas as hipóteses de perder, porque a popularidade do governo é muito alta como resultado das importantes mudanças introduzidas nestes dois anos e meio.
O primeiro elemento a ser levado em conta é que dois terços dos bolivianos reconhecem-se como indígenas, sendo que, pela primeira vez na história, têm um presidente de sua mesma cultura.
O segundo é o que o governo está a gerar algumas transferências de renda para os mais pobres, como o fundo escolar Juancito Pinto, pelo qual 1,8 milhão de estudantes recebem 200 bolivianos anuais (28 dólares) para evitar a evasão. Além disso, há a Renda Dignidade, de até 3 mil bolivianos (425 dólares), que beneficia 570 mil pessoas maiores de 60 anos, e que é financiada pelo Imposto Directo sobre os Combustíveis.
Em terceiro lugar, destaca-se as mudanças estruturais que resultam no fortalecimento do papel do Estado na economia e numa importante melhoria económica do país, em parte assegurada pelo aumento dos preços internacionais dos combustíveis, especialmente do petróleo. As reservas internacionais da Bolívia passaram de 1,7 mil milhões de dólares (antes de Evo) para 7 mil milhões de dólares. No final deste ano, as exportações terão se multiplicado cinco vezes, com destaque para minerais, combustíveis e produtos da agroindústria. A participação do Estado na economia passou de 13% para 22% nestes 30 meses de governo. No que diz respeito aos rendimentos petrolíferos, o controlo do Estado passou de 27% para 75%, elevando a sua receita de 500 milhões de dólares anuais para 2 mil milhões de dólares anuais.
Na área de mineração, terceiro núcleo do poder boliviano, o Estado passou a controlar 55% dos lucros (a partir da aprovação da lei de impostos sobre produtos de mineração). Antes, recebia apenas 20%. Além disso, o Estado entrou no negócio através das minas Huanuni e Vinto, e prevê outros quatro projectos de exploração para 2009. Mesmo sem nacionalizações com confiscos, as mudanças são notáveis. Nos sectores da pecuária e da agroindústria, o Estado deixou de transferir aos grandes produtores 150 milhões de dólares anuais em infra-estrutura e apoio técnico, para criar um programa de apoio a pequenos e médios produtores de arroz, trigo, milho e soja. Começou também a intervir no mercado da soja, comprando de pequenos produtores, aos quais paga preços superiores aos de mercado. Este ano, o governo espera administrar 80 mil toneladas, 10% da produção total.
Essas mudanças, que tendem a aprofundar-se, explicam o boicote e as ameaças das classes dominantes, que percebem a possibilidade de receber um duro golpe. Caso se confirmasse a vitória no referendo, o governo levará às urnas a nova Constituição, aprovada pela Assembleia Constituinte em 9 de Dezembro de 2007. Até agora absteve-se de dar este passo pela relação de forças criada nos primeiros meses do ano e pela ofensiva da direita com a convocação dos referendos autonómicos. Pode-se objectar que o governo não enfrentou com a força necessária a oligarquia de Santa Cruz, em particular na polémica questão da terra. Até agora, entregou 800 mil hectares, dos 30 milhões que espera transferir às 200 mil famílias campesinas.
Até aqui, o governo está a distribuir terras que não tocam nos interesses dos latifundiários, que boicotam de forma violenta os trabalhos do Ministério de Terras, em Santa Cruz, onde ainda vivem comunidades indígenas em situação de escravidão.
Mais do que derrotar o governo de Evo, essa oligarquia busca blindar os seus interesses construindo um cordão, material e simbólico, para impedir que os movimentos indígenas, amplamente hegemónicos no altiplano, possam derrotá-la como fizeram entre 2000 e 2005 com as elites que governavam de La Paz.
Morales ganhou a batalha, foi confirmado no cargo por cerca de 63% dos votos.
Oito dos nove governadores dos Departamentos bolivianos também se submeteram a referendos revogatórios. As sondagens apontam que três deles foram rejeitados pela população: Manfred Reyes Villa (Cochabamba), José Luis Paredes (La Paz) e Alberto Aguilar (Oruro). Os dois primeiros faziam oposição a Evo Morales, e Aguilar apoiava-o.
Mas os governadores de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, os principais opositores de Evo, também tiveram os seus mandatos confirmados e endureceram os discursos, dizendo que a nova Constituição não pode ser aplicada.
Desde que venceu o referendo revogatório, o presidente Evo Morales tem sido confrontado com greves, bloqueios e acções violentas promovendo a tomada de controlo de instituições estatais nos departamentos (estados) nalgumas províncias governadas pelos seus opositores, ao lado de comités cívicos regionais, formados principalmente por empresários, que concentram a produção de hidrocarbonetos, a maior riqueza do país.
Estas regiões exigem que o governo lhes devolva os impostos do gás que estão a ser aplicados num programa nacional de assistência aos idosos. Este programa está a ser aplicado em todo o país desde o mês de Janeiro.
As políticas de Morales são consideradas uma afronta aos interesses das grandes companhias e também dos EUA, que colocaram Philip Goldberg como embaixador em La Paz. Para a esquerda boliviana, aquela escolha não foi inocente, dado que Goldberg é considerado um "especialista em separatismos" e acusado de continuar a fazer na Bolívia o mesmo trabalho que teve nos últimos postos por onde passou em representação dos EUA: Bósnia-Herzegovina e Kosovo, onde trabalhou para consolidar a separação e a independência dessa região, depois da Guerra dos Balcãs.
O presidente da Bolívia declarou o embaixador dos EUA em La Paz persona non grata, ordenando a sua expulsão do território.
A crise política da Bolívia agravou-se com a radicalização dos protestos contra Evo Morales em várias regiões do país, onde se registaram ataques a infra-estruturas energéticas nas regiões dominadas pela oposição. Uma ocupação e explosão no maior gasoduto do país obrigou à redução em 10% das exportações de gás natural para o Brasil. Este é o último incidente grave na escalada que levou a oposição a assaltar recentemente pelo menos 22 edifícios públicos nas regiões de Santa Cruz, Tarija (região que detém 60% da produção de gás e 85% das reservas do país), Beni, Pando e Sucre. Todas são ricas em recursos energéticos e opõem-se às políticas de Morales.
Há relatos de vários feridos em confrontos com a polícia e militares, bem como regiões isoladas e escassez de produtos alimentares.
Tais acções estão vinculadas à estratégia do imperialismo americano de provocar uma crise regional e tentar travar os processos revolucionários e reformistas nos países da região.
O país corre um risco grave de jugoslavização e fragmentação devido ao facto de que as oligarquias do oriente, apoiadas pela embaixada dos Estados Unidos, possui grupos armados, contratados especialmente por proprietários de terras bolivianos, brasileiros e norte-americanos",
Eugenio Rojas, presidente da Câmara da cidade de Achacachi, no ocidente do país, e líder do movimento indígena "poncho rojos", declarou estado de emergência nas filas camponesas e ameaçou a tomada de terras e fábricas no oriente.
Outros dirigentes sociais, separadamente, afirmaram que retomarão as instituições públicas controladas pela oposição e defenderão o governo Evo, se necessário, com as suas vidas.
A Federação Nacional de Cooperativas Mineradoras (Fencomin) havia dado um prazo de 72 horas aos governadores da oposição para que estes retomassem o diálogo com o Executivo. "Caso contrário, as cooperativas mineradoras se mobilizarão a nível nacional em defesa da democracia em liberdade, da igualdade social e da unidade do país. Se eles exigem nosso sangue, nós vamos oferecê-lo mais uma vez para o benefício de todo o povo boliviano", diz o comunicado da entidade.
Uma vitória do governo Evo Morales e a derrota dos governadores opositores de La Paz, Cochabamba e Pando significaria o começo de uma ofensiva para desarticular a oligarquia boliviana. A direita tratou de criar um clima de polarização para evitar uma consulta na qual tem todas as hipóteses de perder, porque a popularidade do governo é muito alta como resultado das importantes mudanças introduzidas nestes dois anos e meio.
O primeiro elemento a ser levado em conta é que dois terços dos bolivianos reconhecem-se como indígenas, sendo que, pela primeira vez na história, têm um presidente de sua mesma cultura.
O segundo é o que o governo está a gerar algumas transferências de renda para os mais pobres, como o fundo escolar Juancito Pinto, pelo qual 1,8 milhão de estudantes recebem 200 bolivianos anuais (28 dólares) para evitar a evasão. Além disso, há a Renda Dignidade, de até 3 mil bolivianos (425 dólares), que beneficia 570 mil pessoas maiores de 60 anos, e que é financiada pelo Imposto Directo sobre os Combustíveis.
Em terceiro lugar, destaca-se as mudanças estruturais que resultam no fortalecimento do papel do Estado na economia e numa importante melhoria económica do país, em parte assegurada pelo aumento dos preços internacionais dos combustíveis, especialmente do petróleo. As reservas internacionais da Bolívia passaram de 1,7 mil milhões de dólares (antes de Evo) para 7 mil milhões de dólares. No final deste ano, as exportações terão se multiplicado cinco vezes, com destaque para minerais, combustíveis e produtos da agroindústria. A participação do Estado na economia passou de 13% para 22% nestes 30 meses de governo. No que diz respeito aos rendimentos petrolíferos, o controlo do Estado passou de 27% para 75%, elevando a sua receita de 500 milhões de dólares anuais para 2 mil milhões de dólares anuais.
Na área de mineração, terceiro núcleo do poder boliviano, o Estado passou a controlar 55% dos lucros (a partir da aprovação da lei de impostos sobre produtos de mineração). Antes, recebia apenas 20%. Além disso, o Estado entrou no negócio através das minas Huanuni e Vinto, e prevê outros quatro projectos de exploração para 2009. Mesmo sem nacionalizações com confiscos, as mudanças são notáveis. Nos sectores da pecuária e da agroindústria, o Estado deixou de transferir aos grandes produtores 150 milhões de dólares anuais em infra-estrutura e apoio técnico, para criar um programa de apoio a pequenos e médios produtores de arroz, trigo, milho e soja. Começou também a intervir no mercado da soja, comprando de pequenos produtores, aos quais paga preços superiores aos de mercado. Este ano, o governo espera administrar 80 mil toneladas, 10% da produção total.
Essas mudanças, que tendem a aprofundar-se, explicam o boicote e as ameaças das classes dominantes, que percebem a possibilidade de receber um duro golpe. Caso se confirmasse a vitória no referendo, o governo levará às urnas a nova Constituição, aprovada pela Assembleia Constituinte em 9 de Dezembro de 2007. Até agora absteve-se de dar este passo pela relação de forças criada nos primeiros meses do ano e pela ofensiva da direita com a convocação dos referendos autonómicos. Pode-se objectar que o governo não enfrentou com a força necessária a oligarquia de Santa Cruz, em particular na polémica questão da terra. Até agora, entregou 800 mil hectares, dos 30 milhões que espera transferir às 200 mil famílias campesinas.
Até aqui, o governo está a distribuir terras que não tocam nos interesses dos latifundiários, que boicotam de forma violenta os trabalhos do Ministério de Terras, em Santa Cruz, onde ainda vivem comunidades indígenas em situação de escravidão.
Mais do que derrotar o governo de Evo, essa oligarquia busca blindar os seus interesses construindo um cordão, material e simbólico, para impedir que os movimentos indígenas, amplamente hegemónicos no altiplano, possam derrotá-la como fizeram entre 2000 e 2005 com as elites que governavam de La Paz.
Morales ganhou a batalha, foi confirmado no cargo por cerca de 63% dos votos.
Oito dos nove governadores dos Departamentos bolivianos também se submeteram a referendos revogatórios. As sondagens apontam que três deles foram rejeitados pela população: Manfred Reyes Villa (Cochabamba), José Luis Paredes (La Paz) e Alberto Aguilar (Oruro). Os dois primeiros faziam oposição a Evo Morales, e Aguilar apoiava-o.
Mas os governadores de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, os principais opositores de Evo, também tiveram os seus mandatos confirmados e endureceram os discursos, dizendo que a nova Constituição não pode ser aplicada.
Desde que venceu o referendo revogatório, o presidente Evo Morales tem sido confrontado com greves, bloqueios e acções violentas promovendo a tomada de controlo de instituições estatais nos departamentos (estados) nalgumas províncias governadas pelos seus opositores, ao lado de comités cívicos regionais, formados principalmente por empresários, que concentram a produção de hidrocarbonetos, a maior riqueza do país.
Estas regiões exigem que o governo lhes devolva os impostos do gás que estão a ser aplicados num programa nacional de assistência aos idosos. Este programa está a ser aplicado em todo o país desde o mês de Janeiro.
As políticas de Morales são consideradas uma afronta aos interesses das grandes companhias e também dos EUA, que colocaram Philip Goldberg como embaixador em La Paz. Para a esquerda boliviana, aquela escolha não foi inocente, dado que Goldberg é considerado um "especialista em separatismos" e acusado de continuar a fazer na Bolívia o mesmo trabalho que teve nos últimos postos por onde passou em representação dos EUA: Bósnia-Herzegovina e Kosovo, onde trabalhou para consolidar a separação e a independência dessa região, depois da Guerra dos Balcãs.
O presidente da Bolívia declarou o embaixador dos EUA em La Paz persona non grata, ordenando a sua expulsão do território.
A crise política da Bolívia agravou-se com a radicalização dos protestos contra Evo Morales em várias regiões do país, onde se registaram ataques a infra-estruturas energéticas nas regiões dominadas pela oposição. Uma ocupação e explosão no maior gasoduto do país obrigou à redução em 10% das exportações de gás natural para o Brasil. Este é o último incidente grave na escalada que levou a oposição a assaltar recentemente pelo menos 22 edifícios públicos nas regiões de Santa Cruz, Tarija (região que detém 60% da produção de gás e 85% das reservas do país), Beni, Pando e Sucre. Todas são ricas em recursos energéticos e opõem-se às políticas de Morales.
Há relatos de vários feridos em confrontos com a polícia e militares, bem como regiões isoladas e escassez de produtos alimentares.
Tais acções estão vinculadas à estratégia do imperialismo americano de provocar uma crise regional e tentar travar os processos revolucionários e reformistas nos países da região.
O país corre um risco grave de jugoslavização e fragmentação devido ao facto de que as oligarquias do oriente, apoiadas pela embaixada dos Estados Unidos, possui grupos armados, contratados especialmente por proprietários de terras bolivianos, brasileiros e norte-americanos",
Eugenio Rojas, presidente da Câmara da cidade de Achacachi, no ocidente do país, e líder do movimento indígena "poncho rojos", declarou estado de emergência nas filas camponesas e ameaçou a tomada de terras e fábricas no oriente.
Outros dirigentes sociais, separadamente, afirmaram que retomarão as instituições públicas controladas pela oposição e defenderão o governo Evo, se necessário, com as suas vidas.
A Federação Nacional de Cooperativas Mineradoras (Fencomin) havia dado um prazo de 72 horas aos governadores da oposição para que estes retomassem o diálogo com o Executivo. "Caso contrário, as cooperativas mineradoras se mobilizarão a nível nacional em defesa da democracia em liberdade, da igualdade social e da unidade do país. Se eles exigem nosso sangue, nós vamos oferecê-lo mais uma vez para o benefício de todo o povo boliviano", diz o comunicado da entidade.
Subscrever:
Mensagens (Atom)